O primeiro dia do resto das nossas vidas
Sim, hoje
18.10.2020 foi o DIA !
Completa e
minuciosamente planeado na noite anterior, ao sabor de polvo assado, migas e
bom vinho num restaurante que apreciamos pela boa comida, modéstia e localização.
Mas hoje era “o”
DIA.
Antes de avançar
para as peripécias do 1.º dia tenho que, recuar no tempo.
Capítulo 0
Estava tudo a andar
burocraticamente falando, quando me a percebo que Aveiro não é propriamente o
melhor local para efectuar uma matrícula.
A coisa iria demorar ….muito tempo.
Anjos e demónios
trataram do assunto para a ansiedade não me fazer pensar no Hospital da Luz.
Mas no final…a
coisa era no mínimo estranha.
Eu comprara um
quad, um moto 4, um quadriciclo, sim isso, mas no IMT de Aveiro nasceu um
lindo…TRATOR ! Como ?! Sim, mas é lindo e de olhos azuis!!
Nem queria crer!
Ok, agora sou pai de um Tractor !
Capitulo I
O primeiro
dia do resto das nossas vidas!
O dia estava
esplêndido e a gasosa faltava porque - é sempre assim quando a moto é nova - ninguém mete gasolina mas as explicações para
a falta são sempre deliciosamente variadas, porém…não tinha. Deu para chegar às
bombas e atestar.
E aí vamos nós,
mal sabíamos, com a redutoras ligadas e que assim andaram 12 km….
A moto começa a
soluçar aos 65 km/h … como ???!!!
Resumindo,
percebi que estava a cortar…a essa velocidade.
Rodagem a quanto
me obrigas!
E o objectivo
era Alcabideque.
Prosseguindo
….perdemo-nos nas voltas e reviengas. Mal nós sabíamos que iriamos dar de caras
com um tesourinho.
-“ Bom dia!
Podia dizer-me para onde se vai para Alcabideque!”
O que sucedeu a
seguir foi….lindo!
Os homens
estavam todos numa garagem a arranja-la.
Um avançou e
explicou que para explicar tinha que ter um papel e uma caneta.
Mas não era só
um a ajudar eram três. Que maravilha! Percebi que ía dar confusão. Mas como sou
genuinamente ingénuo (do que muito me orgulho, graças aos meus pais) acreditei
que seriamos orientados.
Sim. Não podia
ser melhor. Estão a ver aqueles filmes neo-realistas italianos ? Pois vejam isto.
- Meu amigo,
está a ver aquela casa ? É muito fácil. (levantando a mão esquerda) é à direita
e depois à segunda à esquerda, a seguir volta na segunda à direita ( e por aí
adiante).
Entra o segundo.
“Mas se isso é
para andar por terra podem ir por outro lado.”
E lá explanou a
táctica.
Faltava o
terceiro.
“É pá mas se é
mesmo para ver paisagens, não há nada como…( e lá veio a explanação)
Como se a seca
não fosse já pouca, apesar da bondade no esclarecimento o primeiro
interveniente entendeu que a explicação só ficaria assegurada com um papel e
uma caneta.
Pus a moto a
trabalhar. A Margarida disse.me “Não faças isso”. Eu ainda retorqui ”È mais
forte que eu” mas…desliguei.
Talvez não
tivessem notado.
O que se seguiu
foi fantástico.
O Homem dizia
para seguir à direita e continuava a levantar o braço esquerdo o outro
critivava-o e dizia que o melhor mesmo era o oposto, o outro dizia que eu devia
esquecer e que bom bom mesmo para ver a Nazaré e a Figueira da Foz dali e
montanhas e sei lá o quê mais.
Entretanto
ouve-se uma voz feminina vinda de uma soleira de uma porta contígua que diz
“ Vocês só os confundem com tanta explicação!”
Ok. Tudo
perfeitamente entendido.
Perguntei à
co-piloto : É para Norte ou para Sul ?
A co-piloto
achou por bem seguir as “orientações” isto é, mais precisamente …para Norte.
Escusado será
dizer que foi por mero acaso que fomos bem sucedidos até nos perdermos no meio
do mato.
Ali não há
certezas.
E lá chegamos.
Local romano que
abasteceu Coimbra de Oh2 há algum tempo. Dois mil e poucos anos.
Sim, à volta (do
lugarejo) é mesmo muito gira. Dá mesmo para, literalmente contornar.
Subimos ao monte
que está mesmo ali à saída e que é a pique e deu para ver a perspectiva.
Sai-se depois na
nacional (EN).
Daí até estar à frente de presunto, chouriço e queijo do rabaçal foi um...já está.
Resumindo, ficou
apalavrado um genuíno coelho à caçador.
Seguiu-se o Monte de Geromelo.
Tinha que ser. Mais forte que a gravidade.
O local é
soberbo e o cheiro a ervas aromáticas concentrou-me.
Adoro odores, e
talvez porque fume adoro mais quando os sinto intensamente. Devia deixar de
fumar.
Mais um filme se
adivinhava, não conhecesse eu o local e
..a mim.
Aquilo é um
Monte, mesmo. E eu sou eu. Claro que 500 metros acima me meti em sérios apuros.
A moto até subia mais. Eu é que achei que, se calhar, já estava inventar. Pois
.
A inclinação da
subida era tanta ou tão pouca que me valeu…o guincho! Mesmo! A Margarida a
puxar e eu a dar corda e a pensar” Estão aqui 445 Kg quase a tombar pq me
estiquei”. Ok, fui eu que criei o problema, vou ter que ser eu a resolver.
Mãe de Deus, aquilo é o que não se tem nos pesadelos. Já percebi que para estas coisas se tem de ter mais uma corda para a bicha não tombar.
Mas com jeito lá
se conseguiu virar a moto para baixo.
O resto foi ir
para casa, não sem antes ter a cereja no topo do bolo.
Um corso
assustou-se e não atravessou o caminho. Faltou a foto, tal o imprevisto.
E tudo acabou,
num jantar, com polvo.
Atou-se o
chouriço! 😊




















Grande aventura!
ResponderEliminarAgora só falta eu acompanhar na próxima 😊