Coimbra a Fajão 16.09.2021
Coimbra – Fajão Take 1
Pois é, aqui vai mais uma
história de uma viagem.
Na partida os objectivos eram
claramente dois:
O primeiro e de longe mais
importante, ir comer cabrito assado ao Fajão.
O segundo, saber como se
comportaria o “tractor” até lá.
Sim porque não estamos a falar
propriamente de um passeio, embora o fosse, mas tratava-se de um passeio em que
se observaria a menina.
Como se iria ela comportar nas
subidas em andamento forte na serra da Lousã ?
Antes disso paramos num
restaurante que recomendo, a “Mimosa da Beira” que fica na estrada da Beira
antes da cortada para Foz de Arouce- Lousã.
Come-se muito, mas mesmo muito
bem e barato.
Tomamos lá o melhor café da zona
Centro. Eu já sabia mas quis fazer a surpresa.
Chegados ao ponto de partida
ainda me questionei se não seria começar logo “a sério”, mas, atendendo ao
facto de não saber se os dois jipes teriam andamento rápido na subida até ás
eólicas uma voz aconselhou-me a ir com mais calma, a ir por Vilarinho até á
Ortiga.
Pensei, “caminho clássico”, mas
fui.
Ouço vozes e quando vêm do alto,
respeito.
E lá arrancamos. A paisagem é indescritível. Só mesmo indo, mas ficam na memória as cores das folhas, que serão mais intensas dentro de um mês, as castanhas espalhadas na terra, a vista dos montes cada vez mais lá em baixo, e os corsos que se espantavam com os intrusos.
Sempre em aceleração até ao Trevim,
no troço do rally de Portugal, paramos um momento para observar a paisagem.
Eu observei que eles subiram
muito bem mesmo, mas também observei que a moto não estava a andar muito,
embora já estivessem a olhar para ela com um olhar ….atrevido.
( a moto sobe muito bem, vocês
vão confortáveis, se calhar compro uma) e eu a pensar: Então mas estão há
espera de quê ?? Não há acasos! Mas só fiquei calado. Isto é, mais ou menos,
ainda sentia os odores que eles não tinham sentido e a minha cabeça estava
cheia de paisagens e de curvas feitas
mais perto do chão e por isso com mais relevo.
- A moto é fixe, suspensão
independente! – não me lembro de mais nada.
Depois de umas fotos na Ortiga
fomos, por interesse de um agente do FBI , Europol e SIS ali infiltrado, -
excelente Pessoa, apesar …disso J
- observar o estado das instalações das telecomunicações do Trevim.
Por decoro não relato o que ouvi
á chegada, até desconhecia alguns adjectivos, mas fiquei com a firme convicção
de que não foi muito abonatório.
Dali partimos para o …cabrito
assado, com castanhas minúsculas e batatas rodeadas de umas couves, tudo
pousado num molho pornográfico, não sem antes termos saboreado um queijo que me
deixou irritado, tão bom que ele estava.
Seriam mais 47 minutos em estrada
normal. Por terra…
E começou o stress.
A mota fazia um km e …desistia.
Mais um e desistia. É do tubo da
gasolina- diziam.
Sempre a dar, sempre a rir, ( a Margarida só se ria, menos nas descidas acentuadíssimas) até ao momento do….
A moto começou a fazer um ruído
estranho.
Estranhei, mas….
O ruído começou a ficar intenso e
parou. O ruído. A moto também.
Ainda mal refeito do sucedido e
depois de a tentar pôr a trabalhar – o que consegui – a moto não andava.
- Então passa-se alguma coisa ? –
perguntou-me uma voz.
- Sim. Trabalha mas não anda.
- Então o melhor é chamar o
reboque.
- Pois. Mas, onde estou eu?
- É só dar as coordenadas do local
que ele vem cá. Demora é cerca de duas, três horas.
Ora, ir até ao Fajão, mais
cabrito mais converseta, era sem stress, até porque era uma da tarde.
Porém apercebi-me que não tinha –
estupidamente – seguro de assistência em viagem. Lindo!
- Mas pode aqui deixar a moto –
acrescentou a voz.
- Mas como é que a deixo a aqui
no meio do nada?
- O Guarda toma conta dela - diz
a Margarida.
- Mas qual Guarda ? – pergunto
- Esse senhor.
- Mas o senhor é Guarda? Nem está
fardado! – retorqui.
- Pois mas eu guardo isto, a
Serra! Dos imprevistos…incêndios.
Ok. Resumindo, tive uma avaria no
local mais certo do planeta. Parei …ao lado de um Guarda que ali estaria até
ser… rendido.
O cabrito estava divinal –“ O
Pascoal” é o nome do restaurante. Recomendadíssimo.
Coimbra – Fajão Take 2
Como até tinha um atrelado o Zeca
ofereceu-se para vir a Coimbra e voltar ao local para trazer a moto.
Obrigado Zeca e Ruben, do fundo
do coração.
E lá se trouxe a moto, não sem antes se tomar um Nespresso no meio do cacimbo e do frio.
Eu disse Nespresso. Mesmo. Tirado
no Jipe.
O Guarda chama-se Rui. Também tomou café, merecidamente.
Ligou-se ao senhor Travassos –
que foi director técnico da equipa do Miguel Oliveira e é dos melhores
mecânicos do mundo ( vai estar nas olimpíadas de mecânica na Polónia este ano –
Boa sorte Mestre!) – e que foi quem me
vendeu a moto.
Não foi por estar na festa da
neta que não nos recebeu, diga-se com tremenda simpatia e ainda estivemos a
confraternizar.
E lá deixamos a moto.
O problema foi mesmo da correia,
que não aguentou aquilo.
Para que a coisa não fique assim, vou fazer aquela subida outra vez, mas agora com um escape Yoshimura !













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